Ainda no rescaldo da votação que aqui coloquei, acerca dos sectores económicos de maior importância para o concelho, muito há que dizer.
De facto, existe o reconhecimento geral, que o futuro terá de passar, indubitavelmente, por uma aposta no turismo. Por outro lado, é sobejamente reconhecido o potencial agrícola da nossa região. No entanto, e tendo em conta o cenário deste campo a nível nacional, somos obrigados a apontar as «“suspeitas” do costume».
Sem sombra de dúvida que a construção civil ocupou, e continua a ocupar, um lugar determinante na economia do nosso concelho. Aliás, cada uma das vezes que se dão ressentimentos no mercado da construção, dão-se, da mesma forma, abrandamentos económicos no sistema Microeconómico concelhio. Nunca ninguém poderá esquecer que, este, é o sector mais importante do nosso concelho actualmente. Não só ao nível da produção, mas também e principalmente, do ponto de vista do emprego, logo, um sector que, independentemente de apostas futuras, nunca deverá ser posto de lado a curto-médio, prazo.
A Agricultura, apesar de esporádicos investimentos, com notório sucesso, na produção de azeite e vinho, - esta ultima com um maior nível de intensidade por razões obvias - continua amarrada ao sistema cooperativista de micro-produção familiar, devido a vários factores globalmente conhecidos e que, para evitar delongas, adiarei a sua discussão.
O sector do comercio e serviços, está obviamente dependente de todos os outros sectores, uma vez que, vive mais do aumento do poder de compra e de capital, do que do investimento em si.
Depois vem a eterna jóia da coroa. O TURISMO. O eterno “filho bastardo” da terra, de forte e reconhecido potencial, e de, também forte, propensão para o adiamento do risco na tomada assumida dessa aposta. Não é só na Meda. É o retrato do País. Os casos em que o Turismo assume um papel economicamente reconhecido, são o Algarve e a Madeira. Por razões obvias. O Algarve vende o sol e a praia. A Madeira vende o Património Natural. Não necessitaram de aproveitamento “ex-novo”. Tinham um recurso gerado, que, paulatinamente ao longo do tempo, foi sendo reconhecido pelo mercado.
Nós não temos essa hipótese. Antes de falarmos em turismo, temos de gerar razões para a sua prática. Sim porque, na minha opinião, o Concelho de Meda, teve, até hoje, muito poucos turistas. Tem é bastantes visitantes. Compete-nos combater essa diferença. Como? Desde logo, apostando no mote. No motivo que faz com que as pessoas se desloquem até aqui, gostem de cá estar e fiquem com razões para voltar e trazer mais alguém. E aí, a meu ver, reside o problema. Temos Património Histórico mas indubitavelmente subaproveitado. Temos Património Cultural que, alarmantemente caminha a paços largos para a extinção devido ao seu esquecimento laxista. O mercado dos produtos tradicionais, sofre do mesmo problema do comércio em si. Não é o comércio que cria o mercado. Tem de haver mercado, para o comércio se criar.
Posto isto, e tendo em conta a abrangência destes temas, autopropus-me criar aqui as mini-jornadas para discussão do futuro económico do nosso Concelho. Conto com a participação de todos.