sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Zona "Industrial"

Chegou ao fim a votação que aqui coloquei, sobre a hipotética criação do novo pólo da zona industrial. De facto, revela uma tendência clara para a colocação deste tipo de infra-estruturas, junto a eixos viários principais, por razões obvias. O posicionamento geográfico de uma empresa, é condição primordial para o seu sucesso... ou não.

Neste contexto, a minha opinião divide-se. Creio que a criação da antiga Zona Industrial (no bairro do prazo) era de facto necessária. Urgia a existência na Mêda, de um espaço que criasse condições de trabalho, de produção, meio ambiente, ordenamento de território etc... O problema, a meu ver, foi a política de distribuição dos lotes e os custos dos mesmos. Como é do conhecimento comum, passados vinte anos da criação da primeira Zona Industrial, ainda existem vários lotes por explorar. Depois, do ponto de vista de meio ambiente e ordenamento do território, ficamos com os pavilhões das empresas, paredes meias com zonas habitacionais. Porque, creio eu, se formos devidamente objectivos, uma zona industrial na Mêda ( freguesia entenda-se ) é necessária como infra-estrutura de fornecimento de serviços micro industriais. Agora, uma zona industrial que se vire de forma esclarecedora, para a exportação dos produtos aí produzidos, e geração de emprego em pequena e média escala, tem, como é obvio, de ter condições óptimas para escoamento de produção, de forma a aumentar índices de mercado e ao mesmo tempo, reduzir custos de produção.

Depois, outro problema nos surge:
Vamos apostar numa Zona Industrial para que empresas? E de que tipo? Porque, se formos a contar com o fluxo industrial já existente na Mêda, não precisamos de zona industrial para nada. Acho que o mesmo podemos dizer, no que toca a criação de condições para a grande industria. Não acredito que, a curto ou médio prazo, a Mêda, e toda a região, tenham condições para cativar investimentos do grande capital. Para haver empresas, tem de haver investimento. Para haver investimento, é preciso haver ideias. Para haver ideias, é preciso haver mercado. Para haver mercado tem de haver INOVAÇÃO.

Alguém me disse no outro dia que, o facto de sermos pioneiros em algo, é meio caminho andado para o sucesso. Nisso estou plenamente de acordo. Se o interior do nosso país, quiser continuar com a cabeça fora da água, precisa, urgentemente, de se reinventar economicamente. E essa reinvenção, tem de passar, não só pela maximização dos recursos de que dispomos, (Turismo, Agricultura... isto fica para outra conversa...) como pela descoberta de novos campos de investimento. E não seria vergonha nenhuma, que todo este desenho fosse suportado por uma estrutura composta por micro, pequenas e, quando muito, médias empresas, pois são essas que são responsáveis por mais de 70% do PIB português. Isto levar-nos-ia a analisar o papel do Estado Português no meio disto tudo mas, tendo em conta o que daria para dizer, fica para outra altura.

De facto, e isto creio que é uma "verdade de La Palisse", qualquer política na criação de infra-estruturas de suporte industrial, tem de ser acompanhada por uma política forte de apoio ao empreendedorismo. Através, não só de apoios à produção e à geração de emprego, mas também através de incentivos extra, como sendo, o auxilio a concursos a fundos de investimento, o apoio jurídico e económico-cientifico, empreendimento de políticas de marketing adequadas ou estudos de mercado realistas e dinamizadores. Neste campo, como é típico do nosso "síndroma de interioridade nacional", a autarquia desempenha um papel fundamental.
Mas não pode fazer tudo...


Carlos Fial

2 comentários:

  1. Caro Carlos Fial,

    Parece que o interesse pela Zona Industrial não mereceu grande interesse. De facto fomos sempre um concelho rural, sem tradição industrial.
    Não sou um pessimista ou derrotista, mas não é fácil a transformação do rural ao industrial.
    Perdidas que foram as oportunidades dos anos 80, hoje é mais difícil essa transição, pois o tecido económico e produtivo actual é completamente diferente.
    Não foram aproveitados os fundos disponíveis, nesses anos, quando a nossa economia estava em plena expansão.
    Hoje não é fácil criar e fixar médias empresas, apesar das condições viárias até serem mais favoráveis.
    Não seria a localização da Zona Industrial, à saída para Ranhados ou junto do IP2, que seria o grande problema. Tanto uma como outra teria prós e contras, que neste momento não vale a pena discutir.
    Não foi pelo facto da localização que não houve industrialização do nosso concelho.
    Poderia dar imensos exemplos do distrito, mas cito alguns : Maçaínhas e Trinta na GUARDA. Vila Cova ou Vodra em SEIA. Paços e Moimenta da Serra em GOUVEIA, entre outros.
    Não foi por estarem distantes de eixos viários principais que deixaram de empregar milhares de pessoas, portanto o problema é outro.
    Esperemos que tenhamos a sorte e o engenho de criar micro empresas, independentemente da localização ser numa ou noutra zona.
    Soubéssemos aproveitar os recursos naturais do concelho e fomentar bem o Turismo e concerteza teríamos mais emprego e desenvolvimento.
    A ideia de que a Câmara Municipal teria que ser o maior empregador, foi o pior que nos poderia ter acontecido e aconteceu.
    Não se estimulou a iniciativa privada e perderam-se capacidades e oportunidades.
    Passado é passado e agora há que olhar o futuro, congregando vontades, pois empregar e fixar gentes é preciso.
    Gente nova com ideias novas devem ser incentivadas e apoiadas. Que elas apareçam.
    Desculpem-me o desabafo : menos política e mais trabalho.

    O abraço

    Lusitano Amaral

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  2. Como diz meu amigo Pedro zona industrial da Meda so junto a estrada Real tudo o resto nem pensar

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